Introdução. A hemorragia intraventricular primária é uma hemorragia cerebral não traumática, confinada ao sistema ventricular e de aparecimento raro, constituindo 3% das hemorragias cerebrais espontâneas. Desenvolvimento. O diagnóstico suspeita-se perante o início súbito de cefaleia, náuseas e vómitos, assim como uma diminuição do nível de consciência. Na observação, detectam-se sinais meníngeos, sinal de Babinski bilateral e ausência de focalidade neurológica. Contudo, também se apresentam casos de início mais subagudo ou com um nível de consciência normal. Por isso, apesar da suspeita clínica, o diagnóstico é feito por tomografia computorizada craneo-encefálica. A etiologia é variada, as malformações vasculares são responsáveis por 34% dos casos, sendo 21-46% de causa desconhecida. É provável que, a hipertensão arterial seja uma causa importante de hemorragia intraventricular primária (38,5% numa série). Para o diagnóstico etiológico, para além da tomografia computerizada, é necessária uma arteriografia. O prognóstico é relativamente bom. A mortalidade é de 29% e a maioria dos sobreviventes ficam assintomáticos ou com sequelas ligeiras, frequentemente caracterizadas por problemas de memória. O prognóstico é pior nas idades avançadas, caso exista diminuição inicial do nível de consciência e se aparecer hidrocefalia, mas não parece estar dependente da extensão da hemorragia. Não existe tratamento específico, no entanto está a ser ensaiado, com resultados prometedores, a administração intratecal de fibrinolíticos seguida de drenagem externa.
Palabras clavePrognósticoCategoriasPatología vascular
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