Introdução. A gliomatosis cerebri é uma forma rara de transformação neoplásica glial que afecta áreas extensas do SNC. Objectivo. Descrever o quadro clínico, achados patognomónicos em estudos de neuroimagem e resultados do tratamento com radioterapia da gliomatosis cerebri. Doentes e métodos. Revêem-se as histórias clínicas e estudos da neuroimagem de dos doentes com gliomatosis cerebri, que foram identificados utilizando registos de tumores cerebrais de dois hospitais universitários. Um doente recebeu tratamento com radioterapia holocraniana. O quadro e curso clínico dos dois doentes foi completamente diferente apesar de apresentarem lesões semelhantes nos estudos de neuroimagem. A ressonância magnética (RM) identificou claramente a localização e extensão da lesão, esta comprometia ambos os hemisférios cerebrais. O estudo histopatológico mostrou astrocitomas de graus variáveis (G-I e G-III). O doente tratado com radioterapia apresentou melhoria clínica e involução da neoplasia em estudos de RM de controlo, com um prognóstico de 20 meses de vida, após o diagnóstico. Conclusões. O quadro clínico da gliomatosis cerebri é pleomórfico e inespecífico, pelo que a sua suspeita a partir dos achados da RM é confirmada por o estudo histopatológico do material de biopsia. O tratamento com radioterapia pode melhorar a função neurológica em alguns casos. Contudo, para confirmar o potencial curativo da radioterapia, é necessário comparar o grau funcional e a sobrevivência destes doentes com os não tratados.
Palabras claveImagem por ressonância magnéticaNeoplasias intracranianasCategoriasCáncer y tumoresNeuroimagen
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