Introdução. Os linfomas são neoplasias que podem afectar o sistema nervoso a qualquer momento da sua evolução, e incidir sobre a qualidade de vida e o tempo de sobrevivência destes doentes. Objectivos. Identificar as complicações neurológicas em doentes com linfomas, assim como precisar o tempo de sobrevivência e a causa de morte nestes doentes. Doentes e métodos. Efectuou-se um estudo prospectivo em 270 doentes com diagnóstico de linfoma que deram entrada no Hospital Clínico Cirúrgico Hermanos Ameijeras da Cidade de Havana (Cuba). As complicações foram classificadas em directas e indirectas, precisou-se o tempo médio de sobrevivência de acordo com os resultados da curva de Kaplan-Meier e determinou-se a causa de morte com confirmação anatomopatológica.
Resultados Foram detectados 26 doentes com complicações neurológicas. De 188 doentes com linfomas não-Hodgkin, 12,2% apresentaram manifestações neurológicas e, nestes doentes, a infiltração leptominíngea foi a complicação neurológica principal. Nos 82 doentes com doença de Hodgkin, 3,6% tiveram alterações neurológicas e a infecção por Herpes Zoster foi a mais comum. O tempo médio de sobrevivência após o diagnóstico e manifestações neurológicas foi de 9,7 meses. A complicação neurológica foi a causa directa de morte em 57,1% dos falecidos. Conclusões. Os doentes com linfomas apresentaram complicações neurológicas directas e indirectas, com um tempo médio de vida inferior a um ano, e a maioria faleceram devido à complicação do sistema nervoso.
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