Original

O regresso à dieta cetogénica. que papel desempenha no tratamento das convulsões infantis refractárias?

J.M. Moreno-Villares, L. Oliveros-Leal, R. Simón-de las Heras, F. Mateos-Beato [REV NEUROL 2001;32:1115-1119] PMID: 11562839 DOI: https://doi.org/10.33588/rn.3212.2000510 OPEN ACCESS
Volumen 32 | Número 12 | Nº de lecturas del artículo 6.220 | Nº de descargas del PDF 697 | Fecha de publicación del artículo 16/06/2001
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RESUMEN Artículo en español English version
Cerca de um terço dos doentes com epilepsia não conseguem um controlo adequado das crises, não obstante recebam um tratamento anticomicial correcto. Embora a dieta cetogénica tenha vindo a ser utilizada em casos de epilepsia refractária desde os anos 20, na última década assistiu-se ao ressurgir da mesma. Objectivo. Rever a eficácia, a tolerância e os efeitos adversos nos 12 doentes pediátricos que receberam a dieta durante um período superior a 3 meses. Doentes e métodos. Foram avaliadas 15 crianças, dos quais 12 foram apenas incluídos na revisão (5 do sexo masculino e 7 do sexo feminino). Após a avaliação inicial conjunta com neuropediatra e equipa de nutrição clínica, instituiu-se a dieta no hospital, submetendo a criança a um período de jejum (24-48 horas) até se conseguir cetose. A dieta progride ao longo de três dias, antes da alta domiciliária. Na nossa instituição utiliza-se a dieta com MCT modificada, em que 30% da energia é administrada sob a forma de MCT e 40% como gorduras naturais. A eficácia da dieta foi avaliada comparando o número de crise que o doente apresentava antes de iniciar a dieta com o número das mesmas nos distintos momentos da evolução (1, 3, 6, 12, 18 meses).

Resultados A média da idade no início da dieta foi de três anos e cinco meses (dos 18 meses aos 9 anos). Todos tinham sido diagnosticados de síndrome de Lennox-Gastaut, seis dos quais criptogénicos. Seis crianças apresentavam atraso mental profundo. Seis meses após o início da dieta, metade das crianças tinham conseguido uma redução das crises superior a 50%, e um terço não apresentava nenhuma ou a sua frequência tinha diminuído para mais de 90%. Ao ano, três famílias tinham suspenso a dieta, duas por ineficácia no controlo das crises. Em todos os casos, a dieta foi bem tolerada, mantendo níveis de cetonúria acima de 2+. Observaram-se efeitos adversos ligeiros em apenas três doentes e elevação transitória dos níveis plasmáticos do colesterol em 4 crianças. Conclusões: A dieta cetogénica continua a ser um tratamento antiepiléptico eficaz, sobretudo em doentes nos quais tenham fracassado as medicações disponíveis. A sua boa tolerância e baixa incidência de efeitos adversos a curto prazo estimula a sua utilização na grande maioria de casos de epilepsia refractária.
Palabras claveCetoseCriançasDieta cetogénicaTratamento CategoriasEpilepsias y síndromes epilépticosNeuropediatría
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