Introdução. Os cuidados do doente com demência recai, na maioria dos casos, em pessoas que não receberam uma preparação formal. Estes são, contudo, a garantia para que qualquer intervenção terapêutica seja eficaz. A enfermaria especializada extra-hospitalar ocupa, pela sua localização e acessibilidade, uma posição privilegiada para o desenvolvimento de programas de formação dirigidos a prestadores de cuidados. Neste âmbito, não existem no nosso país experiências cuja eficácia tenha sido avaliada. Objectivo. Avaliar a eficácia de um programa de formação do prestador de cuidados em doentes com demência irreversível. Programa desenhado e executado por pessoal de uma enfermaria especializada e realizado a partir de uma consulta de neurologia extra-hospitalar. Doentes e métodos. Ofereceu-se o programa a 10 cuidadores que foram à consulta de forma consecutiva. Foram avaliados, antes e depois da intervenção, aspectos cognitivos, funcionais, comportamentais e afectivos, no doente e/ou no prestador de cuidados.
Resultados Relativamente ao doente, não se apreciaram alterações na esfera cognitiva nem na funcional. Embora os problemas de conduta não diminuíram, estes geravam menos stress no prestador de cuidados após a intervenção. Desta forma observou-se uma melhoria na afectividade dos doentes. Conclusões. É possível realizar programas eficazes de formação do prestador de cuidados na demência, com relativa economia de meios. A afectividade, tanto do doente como do prestador de cuidados, é a área mais sensível a este tipo de intervenções. É preciso realizar experiências em maior escala, a fim de demonstrar benefícios a outros níveis, e de comparar tipos distintos de intervenções. [REV
Palabras claveDemênciaDoença de Enfermaria especializadaPrestador de cuidadosTratamento não farmacológicoCategoriasDemenciaNeurodegeneraciónNeuropsicologíaNeuropsiquiatríaPatología vascular
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