Introdução. Os novos fármacos antiepilépticos também devem ser avaliados fora dos ensaios clínicos. Objectivo. Estudar a eficácia do tratamento com lamotrigina (LTG) na prática diária neuropediátrica. Doentes e métodos. Estudo longitudinal de todos os doentes tratados com lamotrigina na consulta externa hospitalar. A eficácia foi avaliada por: 1. Número de doentes com resposta parcial (redução de crises ³50% em relação à frequência basal) e total, mantida ao longo do seguimento; 2. Duração do tratamento, estudado pelo método de Kaplan-Meier.
Resultados 80 doentes tratados com LTG, com etiologia das suas síndromas epilépticas: idiopática (3,7%), criptogénica (51,3%), e sintomática (45%). Comprovámos um controlo parcial após os primeiros três meses de tratamento em 60,8% dos doentes, mantendo-se aos 12 meses em 43,1%, e aos três anos em 30,7%. Obteve-se o controlo total das crises aos três meses em 14,8% dos casos, mantendo-se aos 12 meses em 9,8%, e aos três anos em 3,8%. A probabilidade de continuar o tratamento com lamotrigina durante seis meses foi de 86%, durante 12 meses de 61%, e durante três anos de 31%. A lamotrigina foi suspensa em 38 doentes (47,5%). Registaram-se efeitos secundários em cinco casos. Conclusões. Na prática clínica, a eficácia terapêutica consiste não só na percentagem de doentes que respondem, como também no tempo de resposta. No nosso estudo, as duas medidas do efeito mostram resultados similares aos FAE clássicos.
Palabras claveEpilepsia de controlo difícilCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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