Introdução. As características clínicas e evolutivas da hemicrania na idade pediátrica ainda não estão definidas com precisão. Do melhor conhecimento destes aspectos, contudo, podem surgir importantes consequências prognósticas e terapêuticas. Objectivo. Delinear as características clínicas e evolutivas da hemicrania na idade pediátrica. Doentes e métodos. Estudo prospectivo, com duração de 10 anos, de uma população de 284 crianças com hemicrania, visitados em dois centros hospitalares. Os dados obtidos foram analisados por técnicas estatísticas de significância e regressão lógica.
Resultados 24,3% iniciaram a sua cefaleia antes dos 6 anos de idade e 57% entre os 6 e os 10 anos de idade. Em 77,5% dos doentes existem antecedentes familiares de hemicrania, percentagem que se eleva para 82,6% entre as crianças que iniciaram as crises antes dos 6 anos de idade. Características tais como a duração, a localização e os factores acompanhantes diferem das definidas nos adultos. 88,3% apresenta uma boa evolução espontânea, sem necessitar de medicação profiláctica. Conclusões. A hemicrania pediátrica possui algumas características diferentes das da idade adulta, que devem ser recolhidas nas classificações. A maioria das crianças com hemicrania apresentam cefaleias pouco graves que não necessitam de profilaxia. O factor genético parece representar um papel importante na expressão fenotípica da doença.
Palabras claveCefaleiaHemicraniaPrognósticoSemiologiaCategoriasCefalea y MigrañaDolor
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