Introdução. A demência associada à sida, ou complexo demência-sida (CDS) caracteriza-se por defeitos neurocognitivos, com perturbação da capacidade funcional do doente para o trabalho e execução da sua actividade diária. O maior número dos doentes com sida trouxe como consequência um aumento significativo de doenças neurológicas, especialmente nos países pobres. Desenvolvimento. Presentemente não se dispõem de dados sobre a incidência do CDS, na realidade a sua prevalência é variável de acordo com a população estudada e o critério diagnóstico utilizado. Alguns autores sugeriram uma frequência de 8 a 16%, no entanto existem trabalhos que referem uma incidência de encefalopatia até aos 20,7% durante a sida. O mecanismo pelo qual se produz o CDS não é conhecido. Foram invocados numerosos factores na sua génese, sem contudo se conseguir a sua confirmação. Os sintomas são de uma demência subcortical com dificuldades para a concentração, a memória e a aprendizagem, enquanto que a linguagem, o reconhecimento, a atenção básica e as funções executivas estão relativamente conservadas. O diagnóstico é essencialmente clínico, estabelecendo-se por exclusão e sendo considerado em doentes HIV+ com deterioração cognitiva imunológica importante e na presença de um quadro compatível. Quanto ao tratamento, os protocolos clínicos actuais recomendam que a maioria dos doentes com HIV/sida, se não forem não todos, recebam tratamento com as potentes combinações antirretrovíricas. Conclusão. Ainda na era da moderna terapêutica antirretrovírica altamente activa, o CDS permanece uma complicação devastadora da infecção pelo HIV.
Palabras claveComplexo demência?sidaDemênciaManifestações neurocognitivasCategoriasDemenciaInfeccionesNeuropsiquiatría
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