No transplante do mesencéfalo embrionário em doentes com a doença de Parkinson, a sobrevivência dopaminérgica é baixa (5-10%); daí que se considere a utilização de múltiplas dadoras. A dificuldade em se obter mais tecido determina a necessidade de um procedimento para armazenar tecido negral humano por algum tempo, sem afectar significativamente o estado fisiológico do mesmo. Este estudo foi desenhado para determinar se a hibernação do tecido em fragmentos influi sobre a viabilidade, como se comporta a viabilidade das células mesencefálicas após siete dias de hibernação e os níveis de glutatião no tecido hibernado (TH). A viabilidade do TH em fragmentos (82,37 ± 2,12), foi superior ao valor do mesencéfalo completo (70,29 ± 3,43). A viabilidade do TH durante sete dias a 4º C, a diferentes tempos de pós-dissociação, não foi significativamente diferente. Encontraram-se diferenças significativas entre TH e tecido fresco a t= 0, apesar de este procedimento não parecer afectar de forma significativa, o tecido mesencefálico, já que se conservou uma viabilidade de 94% após hibernação. Não se evidenciou um aumento do teor do glutatião como resposta antioxidante, perante as lesões que a hibernação poderia provocar. Estes resultados sugerem que a hibernação, ao não afectar significativamente o estado das células, poderá considerar-se um procedimento útil para ser aplicado na conservação do tecido para transplante clínico. Além disso, requer-se do estudo da sobrevivência e da funcionalidade das células hibernadas, depois de transplantadas em modelos animais, a avaliação da sua potencialidade na terapia celular.
Palabras claveGlutatiãoHibernaçãoNeuróniosTransplanteCategoriasNeurodegeneraciónTrastornos del movimiento
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