Introdução. O dengue é a arbovirose mais comum que afecta o ser humano. Desconhece-se a frequência com que esta infecção viral afecta o sistema nervoso central (SNC), mesmo quando foram descritos casos isolados com complicações neurológicas na Ásia e América do Sul. No Rio de Janeiro (Brasil), a infecção pelo vírus do dengue tornou-se num importante problema saúde pública.
Casos clínicos Os autores descrevem dois casos de envolvimento do SNC, imunomediados, após a infecção clássica pelo vírus do dengue: uma encefalite aguda disseminada pós-infecciosa e uma sindroma de Guillain-Barré. Em ambos os casos, o diagnóstico do dengue realizou-se pela técnica de ELISA, e excluíram-se outras etiologias virais no líquido cefalorraquidiano (LCR). Uma adolescente de 10 anos de idade, após um dengue clássico, apresentou um quadro de diminuição do nível de consciência, tetraparesia espástica, síndroma cerebelar e sintomas frontais. A ressonância cerebral evidenciou áreas de hiper-sinal com sequências T2 no pedúnculo cerebral, nos núcleos lentiformes e na cápsula interna bilateralmente, sugestivas de uma encefalite pós-infecciosa. O segundo doente, um jovem de 14 anos, após um dengue clássico apresentou uma tetraparesia ascendente flácida e arrefléxica, sugestiva de uma polirradiculoneurite aguda. O CR mostrou uma dissociação albuminocitológica. O seu electroneuromiograma evidenciou uma polirradiculoneuropatia de carácter primariamente desmielinizante com componente axonal associado. Conclusões. Os mecanismos imunológicos envolvidos na fisiopatologia deste tipo de complicações neurológicas após o dengue podem fazer parte da resposta fisiológica à infecção viral.
Palabras claveEncefalomiosite pós-infecciosaCategoriasInfeccionesNervios periféricos, unión neuromuscular y músculo
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