Introdução. Os quistos epidermóides são tumores raros. A meningite asséptica ocasionada pela sua rotura é frequente após dissecção tumoral, embora raramente possa ocorrer espontaneamente.
Caso clínico Homem de 36 anos de idade submetido a cirurgia por dois episódios de quisto epidermóide no ângulo pontocerebeloso, apresentava sintomatologia com um mês de evolução consistente em febre, cefaleia, rigidez da nuca e ataxia. Após tomografia computorizada (TC) e punção lombar pela suspeita de meningite, administrou-se terapêutica antibiótica empírica, sem se observar melhoria, pelo que se realizaram os estudos habituais para o diagnóstico de meningite asséptica. Realizou-se uma ressonância magnética (RM) que revelou lesões sugestivas de recidiva tumoral e hipercaptação meníngea perilesional. O tratamento com corticóides melhorou rapidamente a sintomatologia e o doente recebeu alta assintomático. Após uma semana recorreu por apresentar cefaleia, perturbações do comportamento e da memória. Realizou-se TC que demonstrou a presença de hidrocefalia tetracameral, a qual requereu a colocação de drenagem ventriculoperitoneal. Em RM espinal realizada duas semanas depois, observaram-se focos perimedulares de hipercaptação. Conclusões. Apresentamos o caso de um doente com meningite asséptica originada pela rotura de um quisto epidermóide, que segue um curso subagudo e responde espectacularmente ao tratamento corticóide, apesar do qual desenvolve posteriormente hidrocefalia tetracameral. A meningite pode complicar-se por uma hidrocefalia por alteração da reabsorção do líquido cefalorraquidiano.
Palabras claveMeningite assépticaMeningite recorrenteQuisto epidermóideRessonância magnéticaTomografia computorizadaCategoriasInfecciones
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