Introdução. Nos países ocidentais, as doenças neurológicas secundárias a problemas tóxico-nutricionais apresentam-se habitualmente como casos isolados, geralmente associados a causas dentificáveis (alcoolismo, aberrações dietéticas, alterações da absorção, utilização de fármacos), que diminuem a disponibilidade de nutrientes básicos, fundamentalmente vitaminas do grupo B, mas também de ácido fólico (AF). Os nervos ópticos e os axónios periféricos são órgãos alvo frequentes neste tipo de patologias, mas também podem aparecer, frequentemente em associação com, leucoencefalopatia e envolvimento medular.
Caso clínico Mulher de 38 anos, fumadora e com hábitos alcoólico importantes, que desenvolveu um quadro subagudo de polineuropatia periférica, sensitiva, com envolvimento das fibras vegetativas e de predomínio axonal, acompanhado do envolvimento cordonal posteiror, que provocou uma alteração atáxica da marcha, assim como uma neuropatia óptica retrobulbar bilateral grave. Da mesma forma, apresentava uma macrocitose (VCM: 118) devida a megaloblastose. Achou-se uma deficiência de AF com um metabolismo de vitamina B12 normal. Com suplementos vitamínicos, abandono do hábito alcoólico e normalização da dieta, a doente apresentou uma melhoria clínica progressiva, e foi capaz de deambular sem apoio aos 3 meses e com recuperação quase completa da função visual, corroborado por uma melhoria dos estudos dos potenciais evocados tanto visuais como somatossensoriais. Conclusões. No nosso meio, o alcoolismo é causa frequente de deficiências nutricionais, que ocasionam problemas neurológicos. O AF é um dos nutrientes que se torna deficitário com o alcoolismo. Aparecem cada vez mais descrições de polineuropatia periférica, neuropatia óptica retrobulbar, mielopatia ou leucoencefalopatia associadas à deficiência de AF, sobretudo em doentes com abuso de álcool.
Palabras claveAlcoolismoAmbliopiaMacrocitoseMielopatiaNeuropatia periféricaCategoriasNervios periféricos, unión neuromuscular y músculo
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