Introdução. A displasia fibromuscular é uma angiopatia pouco comum que ocorre com maior frequência em mulheres jovens de meia-idade. Consiste em alterações histológicas heterogéneas que conduzem finalmente a um estreitamento arterial. As manifestações clínicas atendem ao vaso envolvido; a hipertensão (envolvimento das artérias renais) e o acidente vascular cerebral(envolvimento das carótidas) são as mais comuns. Tem-se publicado pouco nos últimos anos acerca deste processo.
Caso clínico Mulher de 30 anos, com enfarte extenso da artéria cerebral média direita por oclusão da carótida interna. A arteriografia evidenciou a presença de dissecção dos quatro troncos supra-aórticos acompanhada de alterações da artéria renal. A idade da doente e o envolvimento das quatro artérias cerebrais com estenoses irregulares fizeram pensar como primeira hipótese diagnóstica a displasia fibromuscular (DFM). Adoptou-se uma atitude conservadora das lesões vasculares e realizou-se um tratamento de reabilitação dos défices neurológicos. Discussão. A DFM cefálica pode ser assintomática, e diagnostica-se por acaso. A apresentação clínica habitual é a de um AVC isquémico em relação à estenose ou obstrução arterial ou um tromboembolismo artério-arterial. A arteriografia ou angio-RM são úteis para o diagnóstico: é característico o envolvimento de diversos vasos supra-aórticos. Apesar dos bons resultados que mostra a angioplastia transluminal percutânea, requerem-se estudo prospectivos que determinem o tratamento óptimo desta patologia.
Palabras claveAcidente vascular cerebralArteriografiaDissecção da artéria carótidaDissecção da artéria cervicalEnvolvimento multivascularCategoriasPatología vascular
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