Introdução. A mortalidade de pessoas com epilepsia é superior ao da população geral, mas a informação dedicada às crianças escasseia. Objectivo. Determinar o risco de morte infantil por epilepsia, seus factores associados e as causas de morte, assim como destacar o apoio oferecido à família. Doentes e métodos. De 1996 a 2002, faleceram 16 crianças com epilepsia controladas no nosso centro. 15 entraram consecutivamente na investigação, de acordo com um protocolo prévio. A informação foi obtida da nossa base de dados, da ficha clínica e de entrevistas com os pais.
Resultados A taxa de mortalidade padrão foi de 3,21 (IC 95%: 1,48-4,95). A maioria iniciou a sua doença precocemente. 13 crianças tinham epilepsias remotas sintomáticas. 11 apresentavam epilepsias resistentes ou catastróficas. O EEG foi específico para a epilepsia em 11 doentes. Nove crianças estavam em politerapia. Oito doentes tinham recebido três ou mais esquemas terapêuticos. Oito tinham níveis terapêuticos pré-mortem. 10 doentes faleceram devido a infecções, e cinco de morte súbita inexplicável. Num destes casos, a morte súbita inesperada foi definitiva e correspondeu a uma adolescente grávida com epilepsia mioclónica juvenil. Outro rapaz faleceu pouco após um sismo. A assistência para a elaboração do luto foi útil para a família. Conclusão. Estas crianças têm um elevado risco de morte, que se associa a um início precoce de epilepsias graves, activas, resistentes e catastróficas. O controlo completo das crises deveria ser o principal objectivo do tratamento.
Palabras claveCriançasMortalidadeMorte súbitaRiscoCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticosNeuropediatríaTécnicas exploratorias
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