Introdução. O piribedil é um agonista dopaminérgico (AD) D2-D3, eficaz no controlo de sintomas parkinsonianos, particularmente o tremor. Contudo, existem poucos estudos publicados, com seguimentos superiores a três meses, sobre este AD como terapêutica combinada a levodopa em doentes com doença de Parkinson (DP). Este estudo foi desenhado para investigar os efeitos do piribedil em doentes com DP, tratados com levodopa e com deterioração funcional (DF) num seguimento de nove meses. Doentes e métodos. Incluímos 62 doentes com DP sem complicações atribuíveis à levodopa e com DF e motora. Os doentes foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos similares: levodopa mais piribedil e levodopa mais placebo. A eficácia foi avaliada com as partes II e III da escala unificada para a avaliação da DP (UPDRS) e a tolerância foi avaliada com um questionário para detectar efeitos adversos. Realizou-se uma avaliação basal e aos 3, 6 e 9 meses após o início da terapêutica.
Resultados Os doentes que tomaram piribedil mostraram uma percentagem diferencial de melhoria de 37,8% (p<0,01) na parte II do UPDRS e de 63,2% (p<0,01) na parte III do UPDRS. Mostraram uma melhoria de 68,6% no item -tremor de repouso- no final do protocolo; também houve uma melhoria notável nos restantes sintomas cardinais parkinsónicos. Conclusão. Os doentes deste estudo, com DP e DF, mostraram uma melhoria progressiva e sustentável nas partes II e III da UPDRS, durante nove meses, ao adicionar-se 150 mg/dia de piribedil, como terapêutica adjunta a levodopa. Os efeitos adversos foram similares aos comunicados por outros AD.
CategoriasNeurodegeneraciónTrastornos del movimiento
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