Introdução e objectivo. Os défices cognitivos pós lesão cerebral em áreas parieto-occipitais provocam habitualmente, entre outras, uma série de dificuldades visuoconstrutivas e visuoperceptivas. O objectivo deste artigo é analisar a influência de outros possíveis défices neuropsicológicos na sua reabilitação. Desenvolvimento. Apresentamos o caso de vários doentes com alterações visuoespaciais de diferente etiologia e com envolvimento de diferentes áreas cerebrais, para além das relacionadas directamente com este tipo de alterações, como é o caso do córtex parieto-occipital. O processo de reabilitação neuropsicológica foi realizado individualmente na UDC do hospital Beata Maria Ana. A avaliação neuropsicológica evidenciou alterações, não descritas tradicionalmente neste tipo de envolvimentos, relacionadas com a atenção, memória operativa e funções executivas, para além da desorientação espacial topográfica e inter-psíquica, falta de coordenação visuoespacial, problemas para perceber a profundidade e dificuldade para rodar mentalmente objectos no espaço. Os objectivos da reabilitação encaminharam-se tanto na restituição, como para a compensação das alterações visuoespaciais, e observou-se uma redução significativa dos défices cognitivos a seu termo. Os doentes voltaram a retomar as rotinas habituais, incluindo as do mundo laboral. Conclusões. Parece essencial a avaliação exaustiva das alterações neuropsicológicas em dentes com défices visuoespaciais, para determinar o alcance que outros domínios cognitivos possam ter na sua reabilitação. Concretamente, pode ser fundamental o reforço de processos relacionados com o controlo atencional e funções executivas pela sua utilidade para a aprendizagem de estratégias compensatórias e sob a hipótese de que as referidas funções proporcionam as chaves da organização e supervisão necessárias para os processos perceptivos.
Palabras claveAtençãoFunções executivasPercepção visualProblemas visuoespaciaisReabilitação neuropsicológicaSíndroma de Bálint
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