Introdução. O ergotismo é caracterizado por uma intensa e generalizada vasoconstricção de vasos sanguíneos de pequeno e grande calibre. Os sintomas resultam da isquemia regional causada pelo vasoespasmo produzido pela ergotamina. Na actualidade, o ergotismo resulta quase exclusivamente da ingestão excessiva de tartrato de ergotamina para o tratamento da enxaqueca. O principal tratamento é a suspensão do fármaco.
Caso clínico Homem de 53 anos com história de enxaqueca desde a sua juventude, tratada com ergotamínicos até ao dia que antecedeu o seu internamento. Acorreu com manifestações, com 7 dias de evolução, com anestesia bilateral e simétrica dos dedos das mãos e sensação de debilidade generalizada, associadas a dor intensa e cianose de eminência tenar direita. No momento do seu internamento, não foi possível medir a tensão arterial nas extremidades superiores os seus pulsos periféricos encontravam-se diminuídos de maneira generalizada. Foram descartadas etiologias de vasculite. Uma angiografia mostrou estenose segmentar das artérias nas extremidades superiores e inferiores. Foram suspensos os ergotamínicos, foi indicada a nifedipina. A sintomatología desapareceu, a exploração física foi normal e uma angiografia de controlo foi normal. Conclusões. A intoxicação por ergotamina pode detectar-se mediante um interrogatório e exploração física completos; e deve suspeitar-se perante manifestações compatíveis com vasoespasmo e o antecedente de ingestão do fármaco, em ausência de patologia pró-trombótica, hepatopatia, nefropatia ou vasculítica. O tratamento do quadro é com suspensão do fármaco, e vasodilatadores, se as manifestações forem intensas. Neste artigo são revistos a história, a fisiopatologia, os sintomas e os sinais de apresentação, diagnóstico e tratamento da intoxicação por ergotamina.
Palabras claveEfeitos secundários de fármacosEnxaquecaVasoconstricçãoCategoriasCefalea y MigrañaDolor
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