Introdução. A lamotrigina (LTG) é um novo antiepiléptico indicado para todo o tipo de crises parciais e tónico-clónicas generalizadas, tanto em monoterapia quanto em politerapia. 20 a 30% dos doentes epilépticos têm um controlo ineficaz das crises, apesar de um tratamento adequado. Objectivo. Apresentamos a nossa experiência quanto à eficácia e tolerabilidade a longo prazo da LTG em crises refractárias. Doentes e métodos. Estudamos consecutivamente durante 10 anos doentes que iniciaram tratamento com LTG após controlo ineficaz das crises, apesar do tratamento com dois ou mais fármacos antiepilépticos em monoterapia ou em combinação. Recolhemos os seus dados epidemiológicos e clínicos. Estudamos a eficácia do tratamento, diferenciando entre remissão (ausência de crises), melhoria (redução > 50% das crises), ineficácia (redução < 50%), agravamento (aumento das crises), e sua tolerabilidade (efeitos secundários e abandono do tratamento).
Resultados Estudaram-se 39 doentes, 18 homens (46,2%), idade média 30,9 ± 13,7 anos; seguimento médio: 27,6 ± 23,4 meses. 43,7% apresentavam epilepsia criptogénica, 28,5% sintomática, e 28,5% idiopática. O EEG foi patológico em 53,8% dos doentes e a neuroimagem em 43,6%. Após a introdução de LTG, 33% dos doentes ficaram livres de crises, 43,6% melhoraram, em 18,3% o tratamento foi ineficaz e em 5,1% as crises pioraram. 56,4% abandonaram o tratamento: 23,1% por controlo insuficiente das crises, 17,9% por efeitos secundários e 15,4% por não cumprimento terapêutico. Conclusão. O tratamento com LTG alcança uma elevada eficácia no controlo das crises em doentes com epilepsia refractária, embora esteja limitada por uma elevada taxa de abandono terapêutico.
Palabras claveEficáciaEpilepsia refractáriaExperiência a longo prazoTolerânciaCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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