Introdução. Diversos estudos mostraram a alta prevalência de perturbações do sono entre os adolescentes. Como causa são invocados factores psicológicos, hormonais, pubertários e hábitos de sono inadequados. Objectivos. Conhecer a prevalência de perturbações do sono na população adolescente, descrever os hábitos de sono e a relação com as perturbações do sono e o cansaço ou sonolência diurna. Indivíduos e métodos. Estudo epidemiológico, observacional, descritivo, transversal, em alunos do 1.º e 4.º anos do ensino secundário obrigatório mediante questionário anónimo auto-administrado. A insónia foi diagnosticada com critérios do DSM-IV.
Resultados Dos 1.155 alunos, 537 eram rapazes e 618 raparigas, de 14,03 ±1,86 anos de idade média. Dormem uma média de 8h 18 m durante a semana e 9 h 40 m aos fins-de-semana. 38,55% referem sono de má qualidade, 23,1% dificuldade de conciliação, 38,2% despertares nocturnos e 15,9% despertar precoce.17,7% manifestam queixa de sono mais alguns sintomas de insónia; a prevalência de insónia encontrada foi de 9,9%. 20,5% ressonam; falam durante o sono (45,4%) e os pesadelos (29,5%) são as parasónias mais frequentes. 53% queixa-se de excessiva sonolência diurna. A insónia é mais frequente nos adolescentes mais velhos, com antecedentes familiares, entre os que fumam, bebem e dormem menos tempo no fim-de-semana; as insónias apresentam mais sintomas de ansiedade e depressão, assim como mais sonolência durante o dia. Conclusão. As perturbações do sono são muito frequentes entre os adolescentes relacionados com múltiplos factores, o que conduz a um importante cansaço e hipersonolência durante o dia; a ruptura dos hábitos de sono no fim-de-semana e um tempo de sono insuficiente relaciona-se com a aparição de insónia.
Palabras claveAdolescênciaAnsiedadeDepressãoEpidemiologiaHábitos de sonoInsóniaPerturbações do sonoSonolência diurnaCategoriasNeuropsiquiatríaSueño
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