Introdução. A asfixia perinatal é uma potencial causa de lesão cerebral e pode dar lugar a alterações no posterior desenvolvimento neurológico da criança. Durante os últimos anos, uma grande quantidade de investigações centraram-se na fisiopatologia da asfixia intraparto; não obstante, a correlação da asfixia com posterior desenvolvimento de uma lesão cerebral irreversível continua a estar mal definida. Doentes e métodos. Realizou-se um estudo descritivo retrospectivo de todos os recém nascidos asfícticos nascidos no Hospital General de Segóvia durante um período de inclusão de 10 anos (1992-2001). Fez-se a revisão das histórias clínicas destas crianças e recolheram-se dados, tanto da gestação como do parto, do período neonatal e do período de acompanhamento em consultas externas.
Resultados Durante o período de estudo diagnosticaram-se 703 casos de asfixia perinatal, o que supõe uma incidência na nossa população de 7,2 casos por cada 100 recém nascidos. Apenas 116 destas crianças foram acompanhadas em consultas externas de neurologia pediátrica do nosso hospital por um período mínimo de dois anos por cumprirem critérios de risco. Destes 116 casos, 45% (53 casos) apresentaram manifestações neurológicas no período neonatal. Ao longo dos dois anos de acompanhamento, observaram-se sequelas em 42 das crianças estudadas (36%); sendo a mais frequente o atraso psicomotor. Conclusão. Para uma interpretação adequada da relação entre a asfixia perinatal e as sequelas neurológicas presentes, devemos fazer uma análise rigorosa do conjunto de dados perinatais e excluir outras etiologias e mecanismos patogénicos possíveis.
Palabras claveDesenvolvimento neurológicoEncefalopatia hipóxico-isquémicaLesão cerebralSequelas neurológicasCategoriasNeuropsicología
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