Objectivo. Determinar o estado refractário e de saúde ocular num grupo de doentes com síndroma de Down, e idade superior aos 40 anos, com possível envolvimento da doença de Alzheimer (DA), assim como comparar os resultados obtidos entre os doentes que sofrem e os que não sofrem da doença. Doentes e métodos. Estudaram-se 49 doentes, com idades compreendidas entre os 40 e os 62 anos. O exame visual englobou a medição da acuidade visual (AV), exame de binocularidade, motilidade ocular, retinoscopia, exame subjectivo e saúde ocular.
Resultados Dos 49 doentes estudados, em 24,5% diagnosticou-se DA e estão a ser tratados, 4% dos doentes com diagnóstico da doença não puderam seguir o tratamento devido a diversas causas e 8,2% encontram-se no limite de serem diagnosticados. 68,7% dos doentes apresentavam AV ao longe inferior a 0,5 e 48% valores inferiores a 0,4 na visão próxima. Encontraram-se 61,4% de míopes, 45,8% astigmáticos e 23% hipermétropes. 31,2% dos doentes revelaram sinais de necessitar correcção da visão próxima. 66,7% apresentavam estrabismo e alteração da motilidade. As principais patologias encontradas foram: 59,4% de opacidades cristalinas, 25% nistagno, 13,5% intervenções às cataratas. 6,2% queratocono, entre outras. Conclusões. O diagnóstico de DA nesta população é muito complexo devido à heterogeneidade do nível de atraso, a presença de doenças psiquiátricas concomitantes e de problemas sensoriais associados. Os resultados confirmam a grande incidência nesta população de ametropias e patologias, especialmente cataratas, e valores de AV fora dos limites funcionais, tanto na visão ao longe, como na visão próxima. Não aprecem diferenças significativas entre os doentes não diagnosticados e os diagnosticados com DA.
Palabras claveAcuidade visualDemênciaPatologias ocularesSíndroma de DownCategoriasDemenciaNeuropsiquiatría
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