Objectivo. Descrever o perfil clínico das crises disautonómicas após o traumatismo cranioencefálico (TCE) grave, as descobertas radiológicas nas quais se sustenta e a situação clínica dos doentes aos seis meses de evolução. Doentes e métodos. Estudo de observação e retrospectivo de uma série de sete doentes com TCE grave, que apresentaram crises disautonómicas durante a sua estadia na UCI, recolhidos ao longo de 6 meses. Nenhuma intervenção realizada. As manifestações clínicas, a sua associação com os valores de pressão intracraniana, a sua persistência no momento da alta da UCI e o tratamento recebido foram extraídos da história clínica informatizada dos doentes. O prognóstico neurológico aos seis meses foi avaliado com entrevistas telefónicas com a utilização da escala de Jennet e Bond, e as descobertas radiológicas mediante a escala de Gennarelly.
Resultados As crises disautonómicas ocorreram durante a primeira semana de estadia e continuaram no momento da alta da UCI numa população jovem, com um valor da escala Glasgow inicial de cinco pontos. Não encontrámos um padrão radiológico próprio dos pacientes com crises disautonómicas. Aos 6 meses tinham desaparecido em 86% dos casos, sem requerer medicação específica e todos alcançaram um bom grau neurológico na escala de Jennet e Bond. Conclusões. As crises disautonómicas apareceram precocemente em homens jovens que sofreram um TCE grave e não necessitaram de neurocirurgia. Não encontrámos um padrão radiológico predisponente, nem a sua presença interferiu com a recuperação neurológica aos seis meses de evolução.
Palabras claveCrise disautonómicaDisautonomiaTomografia computorizadaTraumatismo cranioencefálicoUnidade de Cuidados IntensivosCategoriasTraumatismos
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