Objectivo. Os doentes apresentam uma grande variabilidade na forma como respondem aos medicamentos. As diferenças individuais nas repostas aos fármacos dependem de factores ambientais, assim como de determinantes genéticos. Em particular, as diferenças hereditárias no metabolismo e na disposição de fármacos podem ter uma grande influência na eficácia ou toxicidade dos medicamentos, pelo que neste artigo centrar-nos-emos na farmacogenética do metabolismo dos fármacos. Desenvolvimento. As primeiras observações clínicas de diferenças hereditárias na resposta aos fármacos realizaram-se nos anos cinquenta, o que levou à farmacogenética. A estas observações seguiram-se estudos populacionais e bioquímicos do fenótipo metabolizador, e eventualmente a elucidação molecular do defeito genético associado à característica hereditária. Descreveram-se polimorfismos genéticos de várias enzimas metabolizadoras de fármacos de fase I e fase II, incluindo vários citocromos P450, N-acetil transferase, e a tiopurina S-metil transferase. Os avanços na genómica humana deram lugar à farmacogenómica, uma disciplina emergente que utiliza um enfoque amplo para estudar todos os genes que participam na resposta aos fármacos. As tecnologias genómicas servirão de base para implementar uma terapia personalizada. Conclusões. O conhecimento da variabilidade genética de um indivíduo pode ser clínica e economicamente importante, e poderá proporcionar as bases para uma farmacoterapia racional nas perturbações neuropsiquiátricas.
Palabras claveGenotipificação
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