Introdução. O sistema nervoso é um alvo das hormonas esteróides e também um tecido esteroidogénico, e produz esteróides que actuam de uma forma parácrina ou autócrina sobre os neurónios e a glia. Os esteróides formados no tecido nervoso denominam-se neuroesteróides, para diferenciá-los, pela sua origem, dos esteróides periféricos, embora possuam a mesma estrutura molecular que estes. Desenvolvimento. Analisa-se a capacidade dos neurónios e das células da glia sintetizarem esteróides, e descreve-se o papel de algumas moléculas-chave na esteroidogénese, como a proteína de regulação aguda da esteroidogénese, o receptor periférico das benzodiazepinas e a enzima aromatase, que cataliza a conversão da testosterona em estradiol. Também se descrevem os diversos mecanismos de acção dos esteróides hormonais e os neuroesteróides hormonais e os neuroesteróides no sistema nervoso. Estes incluem tanto a regulação da síntese de proteínas por neurónios e glia, mediante acções sobre receptores nucleares, como efeitos rápidos mediados por receptores de membrana ou a modulação alostérica dos receptores para neurotransmissores. Revêem-se as evidências clínicas e experimentais dos efeitos neuroprotectores dos esteróides sexuais e neuroesteróides e as limitações da terapia hormonal de substituição, após a menopausa. Conclusões. Dada a limitação que estabelece o uso sistémico de hormonas como terapia neuroprotectora, é necessário encontrar estratégias alternativas que aproveitem as propriedades neuroprotectoras dos esteróides, tais como aumentar localmente a sua síntese no cérebro ou desenvolver moléculas que activem os receptores de esteróides no sistema nervoso e não nos órgãos periféricos.
Palabras claveEsteroidogéneseNeuroesteróidesNeuroprotecçãoProteína de regulação aguda de esteroidogéneseReceptor periférico das benzodiazepinasCategoriasNeurociencia básica
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