Objectivo. Consideram-se as hipóteses explicativas dos distintos movimentos alterados (MA) no hemicorpo são após um acidente vascular cerebral (AVC), propostas nos estudos de maior relevância. Apresentam-se 25 casos de doentes com MA, cuja manifestação clínica não corresponde aos MA descritos nos estudos anteriores. A sua explicação poderia apresentar-se a partir de uma hipótese neuroplástica diferente. Desenvolvimento. Foram revistas as principais hipóteses que explicam a presença de MA no hemicorpo ipsilateral ao hemisfério cerebral lesionado. Para isso, recolhem-se estudos actualizados da função da via corticoespinal, e a capacidade neuroplástica após o AVC. Paralelamente, avaliam-se 25 casos de doentes com AVC e alguns casos clínicos onde aparecem MA já descritos. Conclusões. As alterações motoras descritas na maioria dos estudos correspondem a uma falta de selectividade nos movimentos da mão não afectada, a movimentos associados de ambos os membros superiores ou a movimentos em espelho. As hipóteses explicativas são o efeito da lesão das fibras corticoespinais que não se decussam nas pirâmides bulbares e a reorganização neuroplástica das vias ipsilaterais. Desde a clínica constata-se a existência de outro tipo de MA diferente dos anteriores, dos quais se encontram escassas referências directas nos estudos publicados. São movimentos que aparecem no hemicorpo não afectado ao longo da evolução do AVC, que poderiam ser causados por hipersolicitação mantida do hemicorpo e o conseguinte processo neuroplástico. Foram necessárias investigações posteriores, com técnicas de neuroimagem funcional, para confirmar a dita hipótese clínica.
Palabras claveAcidente vascular cerebralActividade motoraPlasticidade neuronalReorganização funcionalTerapia física (especialidade)Vias piramidaisCategoriasPatología vascularTrastornos del movimiento
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