Objectivo. A maioria dos doentes com doença de Parkinson avaliados em estudos neuropsicológicos formais apresenta alterações cognitivas semelhantes às dos doentes com lesões do córtex pré-frontal. Múltiplos dados anatómicos, fisiológicos, farmacológicos e clínicos indicam que a transmissão dopaminérgica desempenha um papel importante nas funções corticais de tipo frontal. Revimos os principais défices cognitivos na doença de Parkinson e a sua resposta ao tratamento com levodopa. Desenvolvimento. Nos estudos de administração aguda de levodopa, os resultados sobre as funções cognitivas foram heterogéneos, já que se verificaram melhoria, agravamento ou ausência de alterações. Nesta heterogeneidade influem problemas metodológicos derivados da própria doença, do tratamento administrado e da forma de avaliação. Em estudos longitudinais verifica-se um padrão de melhoria inicial, manutenção durante um período de 2 ou 3 anos e novo agravamento sem resposta à levodopa. Ocasionalmente, os doentes podem responder apenas após um certo tempo de tratamento continuado. Em geral, quanto maior a gravidade do défice cognitivo, menor a resposta à levodopa. Conclusões. O tratamento com levodopa modifica, num ou noutro sentido, as alterações cognitivas na doença de Parkinson, o que indica que o défice dopaminérgico cumpre um papel indubitável nessas alterações. A ausência de resposta em alguns doentes ou em algumas funções cognitivas ou a sua diminuição na maioria, sugere que o défice dopaminérgico é apenas um dos factores na etiopatogenia da disfunção cognitiva encontrada na doença de Parkinson.
Palabras claveDemênciaDisfunção cognitivaDisfunção executivaDoença de ParkinsonNeuropsicologiaCategoriasDemenciaNeurodegeneraciónNeuropsicologíaNeuropsiquiatríaTrastornos del movimiento
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