Introdução. A neuropatia secundária ao tratamento com estatinas é conhecida desde 1994 embora seja uma complicação pouco frequente. Habitualmente trata-se de uma polineuropatia axonal, predominantemente sensitiva, distal e simétrica, subaguda ou crónica. Apresentamos o segundo caso que foi recolhido na literatura de mononeurite múltipla associada ao uso de estatinas.
Caso clínico Mulher de 51 anos que, após iniciar o tratamento com pravastatina, apresentou parestesias progressivas distais nos membros, de distribuição assimétrica, com instabilidade na marcha. O estudo electromiográfico foi compatível com mononeurite múltipla. Os exames complementares realizados para excluir outras causas de mononeuropatia múltipla foram normais. A doente melhorou ao suspender o tratamento e piorou novamente após retomá-lo. Com a suspensão definitiva da pravastatina voltou a melhorar de forma progressiva até ficar praticamente assintomática. Conclusões. A relação entre o tratamento com estatinas e o aparecimento de polineuropatia ficou estabelecida em distintos estudos epidemiológicos caso-controlo. Não só se pode apresentar como a clássica polineuropatia distal e simétrica, como também foram descritas formas clínicas atípicas, incluindo algum caso, como o nosso de mononeuropatia múltipla. O risco de desenvolver esta complicação é pequeno e é compensado pelos benefícios cardiovasculares das estatinas, embora possivelmente de futuro possa ocorrer com mais frequência, dado o uso crescente destes fármacos. É importante ter em conta esta causa de neuropatia, dada a sua reversibilidade potencial.
Palabras claveMononeuropatia múltiplaPolineuropatiaCategoriasNervios periféricos, unión neuromuscular y músculo
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