Introdução. A epilepsia do lobo temporal (ELT) é o tipo mais frequente de epilepsia farmacorresistente em humanos. O tratamento cirúrgico destes doentes permite estudos de grande importância para conhecer os mecanismos fisiopatológicos subjacentes. Desenvolvimento. Revêem-se alguns dos dados e teorias mais recentes sobre a fisiopatologia da ELT, tanto em modelos animais como em humanos. Embora existam semelhanças electrofisiológicas, não existe uma relação perfeita entre os dados achados em modelos animais e em humanos, o que dificulta a extrapolação dos resultados. No entanto, ambos os tipos de estudos sugerem uma considerável heterogeneidade nas alterações responsáveis da epilepsia, embora seja comummente aceite que existe uma remodelação da excitação glutamatérgica e a inibição gabaérgica que resulta em hiper-excitabilidade. O papel da esclerose mesial como processo originário da ELT é cada vez mais discutido. O desenvolvimento de estudos electrofisiológicos in vitro e a aplicação de técnicas com maior poder de resolução, como os registos com microeléctrodos ou novas ferramentas matemáticas, podem fornecer dados importantes ao conhecimento fisiopatológico desta síndroma. Conclusões. O estudo multidisciplinar da fisiopatologia da ELT na última década permitiu aumentar o conhecimento sobre os processos que subjazem à génese das crises, à sua clínica e evolução. Este conhecimento é de grande importância porque abre novas opções terapêuticas para a ELT.
Palabras claveEpilepsia do lobo temporalEsclerose mesialMicroeléctrodosReceptores da membranaRegistos intracelularesCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticosNeurociencia básicaTécnicas exploratorias
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