Introdução. A classificação dos síndromes epilépticos define o prognóstico da epilepsia infantil e orienta o tratamento mais adequado. Objectivo. Estudar o tratamento administrado em cada síndrome epiléptico na prática diária de uma consulta neuropediátrica. Método. Escrutínio da base de dados da consulta através de um algoritmo para definir o fracasso terapêutico, tratamento e evolução espontânea de acordo com o síndrome e o fármaco, efectuado a todos os doentes epilépticos que foram observados durante 1996.
Resultados Trata-se de 465 doentes: 38% em monoterapia, 20% em politerapia, 21% com êxito terapêutico (previamente tratados e actualmente sem tratamento), 22% com evolução espontânea (54% das epilepsias parciais idiopáticas). Os fármacos mais utilizados (VPA >CBZ >VGB >CLB >PB >PHT >LTG >ESM >PRM >GBT) são aqueles que têm menor taxa de fracassos e maior percentagem de monoterapias. De acordo com o síndrome, as percentagens de monoterapia em doentes tratados e fracasso prévio no total de casos são: parciais idiopáticos, 85 e 10%; parciais orgânicos, 58 e 43%; parciais criptogénicos, 53 e 50%; generalizados idiopáticos, 83 e 25%; generalizados criptogénicos-orgânicos, 34 e 63%; indeterminados, 45 e 43%. Conclusões. O escrutínio da base de dados constitui um controlo de qualidade, mas trabalhar com algoritmos oferece apenas uma aproximação à realidade. Em metade dos síndromes parciais idiopáticos não é necessário tratamento, e o fracasso é mínimo para CBZ e VPA. Nos generalizados idiopáticos há um predomínio absoluto da utilização de VPA com fracasso mínimo. Nos restantes síndromes o fracasso terapêutico é cerca de 50% dos doentes, independentemente do fármaco utilizado, excepto o VPA, que melhora parcialmente os resultados
Palabras claveCarbamazepinaCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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