Introdução. Neste estudo demostramos que o interferão beta (IFNb) diminui ‘in vivo’ a percentagem de linfocitos CD8 e aumenta o quociente CD4/CD8 na escleroses múltipla (EM). Doentes e métodos. Estudámos 40 doentes (22 mulheres e 18 homens) com EM clinicamente definida, que foram tratados com IFNb: 26 com IFNb-natural (MU/semana) e 14 com IFNb-1b (28 MU/semana). Os doentes apresentavam formas de remissões-recidivas, excepto dois casos com formas secundariamente progressivas, e todos apresentavam actividade clínica. A idade média de início foi de 36,5 ± 9 anos e a do diagnóstico de 27,8 ± 7. A incapacidade era de 2,96 ± 1,8 pontos na escala EDSS de Kurtzke. Os doentes eram revistos às quatro semanas e posteriormente cada oito semanas, efectuando-se estudos imunológicos de sub-populações linfocitárias (CD3, CD4, CD8 e NK).
Resultados A percentagem de linfocitos CD8 mostrou uma diminução depois das 20 semanas de tratamento com IFNb-1b (24,3 ± 8 comparativamente a 34,7 ± 5 no grupo controlo) e depois de 36 semanas no grupo de IFNb-n (25,7 ± 6 comparativamente a 33,0 ± 4 no grupo controlo). Não se objetivaram alterações na sub-população CD4. O quociente CD4/CD8 situou-se por cima do valor de corte (2,200) a partir das 20 semanas de tratamento (2,302 ± 1,12; 2,332 ± 0,99 e 2,488 ± 1,61 para 20, 28 e 36 semanas, respectivamente), e depois de 52 semanas para o grupo de IFNb-n (2,128 ± 1,07; 2,346 ± 1,09 e 3,168 ± 3,87 para 52, 60 e 68 semanas, respectivamente). Conclusões. Tanto o IFNb-n como o IFNb-1b podem ‘in vivo’ diminuir de forma prolongada a percentagem de linfocitos CD8 e aumentar o quociente CD4/CD8+. O aumento é mais precoce nos doentes tratados com IFNb-1b
Palabras claveEsclerose múltiplaInterferão betaSub-populações linfocitáriasCategoriasEsclerosis múltiple
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