Introdução. O efeito analgésico do fármaco antiepiléptico gabapentina torna-o eficaz como alternativa na dor neuropática. A sua semelhança estrutural com outros anti-epilépticos gabérgicos não explica, no entanto , o seu mecanismo de acção, que não parece depender da activação do receptor GABA. A nevralgia do glossofaríngeo é uma entidade clínica rara, que decorre com crises paroxísticas de dor ao longo do trajecto deste par, frequentemente de causa desconhecida e com escassa resposta ao tratamento.
Casos clínicos Nove doentes com diagnóstico de nevralgia do IX par, resistente a outras terapêuticas e de idades comprendidas entre os 43 e os 71 anos estão a ser tratados com gabapentina em doses variáveis entre 800 e 3.600 mg/dia num período de tempo de 2 a 16 meses. Nos quatro casos em que a ressonância magnética evidenciou uma compressão do nervo pela artéria cerebelosa postero-inferior efectuou-se uma cirurgia descompressiva que também não foi eficaz. A gabapentina, isolada ou associada a carbamazepina, reduziu as crises em frequência e intensidade em sete doentes, e pudémos observar que os que tinham compressão vascular responderam menos eficazmente. Conclusões. A gabapentina pode ser considerada uma opção eficaz no controlo das crises nevrálgicas do glossofaríngeo, combinada ou não com outros agentes, a curto e longo prazo, dada a sua boa tolerância e ausência de interacções
Palabras claveNevralgia do glossofaríngeoCategoriasDolor
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