Introdução. O prognóstico da rabdomiolise depende do desenvolvimento de insuficiência renal aguda, que por sua vez depende da rapidez em instituir medidas preventivas. O diagnóstico definitivo de rabdomiolise baseia-se no achado de valores elevados de creatina quinase plasmática enquanto que a suspeita de rabdomiolise habitualmente recai sobre os antecedentes imediatos, como traumatismos. Habitualmente, a rabdomiolise de origem não traumática carece de antecedentes relevantes, e as suspeitas deveriam basear-se sobre os sintomas clínicos apresentados pelos doentes; estas, contudo, raramente têm sido estudadas. Objectivos. Descrever a semiologia associada a quadros de rabdomiolise não traumática (creatina quinase >1.000 UI/l) num serviço de urgências externas hospitalares ao longo de um ano. Obtivemos informações sobre os sintomas apresentados e sobre o sintoma em particular que motivou a consulta no serviço de urgências. Os sintomas referidos foram classificados em quatro grupos: musculares, urinários, neurológicos e outros.
Resultados Entrevistámos 49 doentes. Os grupos de sintomas apareceram nos doentes com as seguintes frequências relativas: musculares 51%, urinários 18%, neurológicos 67% e outros 47%. Representaram o motivo principal de consulta com as seguintes frequências absolutas: musculares 16%, urinários 2%, neurológicos 48%, outros 22%, musculares e neurológicos associados 6%, neurológicos e outros associados 6%. Conclusão. Deveria determinar-se o CK sérico em todos aqueles doentes que recorrem à consulta de urgência com algum sintoma neurológico.
Palabras claveDiagnóstico precoceEstudo prospectivoRabdomiolise não traumáticaServiço de urgênciaSintoma muscularSintoma neurológicoSintoma urinárioCategoriasTécnicas exploratoriasTraumatismos
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