Introdução. O risco de acidente vascular cerebrai (AVC) na população diabética é cerca de 3 a 5 vezes maior do que na não diabética. Os mecanismos fisiopatológicos dos AVCs que ocorrem em doentes com diabetes mellitus são pouco conhecidos, dado o escasso número de estudos realizados com esse objectivo. Objectivo. Testar a hipótese de que a frequência de aterosclerose intracraniana, traduzida por sinais de estenose no Doppler transcraniano, seja significativamente mais elevada nos diabéticos, comparativamente aos não diabéticos, independente de outros factores de risco vascular. Doentes e métodos. Seleccionaramse os doentes do Registo de Doenças Vasculares Cerebrais do Serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria (HSM), com AVC/acidente isquémico transitório (AIT), avaliados com ecoDoppler codificado a cores carotídeo e vertebral e Doppler transcraniano (DTC). Compararamse as alterações intracranianas no grupo de doentes diabéticos e não diabéticos, controlando para a presença de hipercolesterolémia, hipertensão arterial e tabagismo.
Resultados Incluíramse 384 doentes, 71 diabéticos e 313 não diabéticos, sendo os dois grupos comparáveis em termos de idade média e sexo. As estenoses intracranianas foram cerca de 3,13 (95% CI= 1,695,79) vezes mais frequentes na população diabética comparativamente á não diabética. Esta diferença persiste independentemente da presença ou não de outros factores de risco vascular. Conclusões. A diabetes mellitus é um importante factor de risco independente para a doença dos vasos intracranianos e consequentemente para AVC. Necessidade de investigação da circulação intracraniana nestes doentes, dado a sua alta frequência de estenoses intracranianas e a possíveis perspectivas de intervenção terapêutica
Palabras claveAcidente vascular isquémicoEstenoses intracranianasCategoriasPatología vascular
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