Introdução. Embora as crises epilépticas sejam frequentes na esclerose múltipla, a sua prevalência nesta doença é superior à da população em geral, facto que sustenta a existência de uma relação etiológica. Assim, em grande parte dos doentes com esclerose múltipla e crises epilépticas observaram-se alterações nos estudos de RM e EEG que se podem correlacionar com a patologia epiléptica. Contudo, é difícil estabelecer quadros clínicos definidos nestes doentes, dado que os mecanismos patogénicos subjacentes não são bem conhecidos e existe uma importante variabilidade no que diz respeito ao tipo de crise, momento evolutivo em que aparece, grau de recorrência e outros aspectos.
Casos clínicos Apresentamos os dados clínicos, electroencefalográficos e de neuroimagem recolhidos em sete casos de esclerose múltipla que cursam com crises epilépticas e nos quais não se encontraram evidências de outras patologias potencialmente epileptogénicas. Em dois doentes as crises epilépticas fizeram parte do primeiro surto da doença. Um doente apresentou mais do que um tipo de crise. Estas foram generalizadas em dois casos, parciais sensitivas e/ou motoras com generalização secundária em três casos, parciais motoras simples em um caso e parciais complexas em dois. As crises epilépticas coincidiram com outras manifestações clínicas de surto em três casos e o EEG apresentou anomalias em cinco. Conclusões. Os achados observados mostram uma ampla heterogeneidade, semelhante à de outras séries comunicadas. Destacamos algumas correlações entre os dados clínicos, EEG e RM que podem servir para orientar o tratamento deste tipo de doentes.
Palabras claveCriseEsclerose múltiplaEtiologiaRessonância magnéticaCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticosEsclerosis múltipleNeurofisiologíaTécnicas exploratorias
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