Introdução. Os estudos electrofisiológicos complementam o diagnóstico clínico nos doentes com miastenia gravis. Os dois exames mais utilizados são o teste de estimulação nervosa repetitiva (TENR) e o electromiograma de fibra única (EMGFU); este último é muito mais sensível do que o primeiro. Objectivo. Descrever a utilidade do EMGFU em um grupo de doentes com miastenia gravis. Doentes e métodos. Foram avaliados 52 doentes com diagnóstico clínico de miastenia gravis (35 mulheres e 17 homens; 10-48 anos). Os doentes foram distribuídos segundo a classificação de Osserman em tipos I, IIa, IIb, III e IV, para a sua correlação com os resultados do exame electrofisiológico. Efectuou-se o TENR do músculo abdutor do menisco, trapézio e orbicular das pálpebras e o EMGFU do extensor comum dos dedos e músculo frontal. Analisou-se a sensibilidade de cada técnica e a correlação entre os resultados de ambas.
Resultados A maioria dos doentes estudados foi classificada como tipo I (22 casos), seguidos pelo tipo IIa (18 casos), IIb (9 casos), IV (3 casos) e nenhum do tipo III. O TENR demonstrou uma subida na estimulação a baixas frequências em 48% dos doentes, enquanto que no EMGFU evidenciou-se um incremento de 100% no jitter em 100% casos. A diferença estatisticamente significativa (c2= 79,72; p= 0,000), e o maior índice de positividade foi achado no músculo frontal. As alterações principais foram observadas nos doentes dos grupos com quadros clínicos bem mais graves (IV, IIb e 1, por ordem de relevância) (t= 8,23211; p< 0,05). Conclusão. O EMGFU é uma técnica electro-fisiológica muito sensível que permite detectar alterações no jitter neuro-muscular em 100% dos doentes miasténicos com uma excelente correlação clínica.
Palabras claveMiastenia gravisSensibilidadeTeste de estimulação repetitivaCategoriasNervios periféricos, unión neuromuscular y músculoTécnicas exploratorias
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