Introduction. Carotid­cavernous fistulas are abnormal communications between the cavernous sinus and the internal and/or external carotid artery. They may be spontaneous or acquired. Two basic types are distinguished as a function of the aetiology, clinical features and treatment. The direct type is usually due to trauma while the indirect is of varied aetiology. Clinical case. We present a series of seven cases of direct carotid­cavernous fistulas, four post­traumatic and three spontaneous, with initial symptoms of ocular involvement and ophthalmoparesia predominantly. All were treated, in our hospital, by embolization with a detachable balloon in the venous variant of the fistula in six cases and by carotid occlusion in one case. Only one severe complication due to distal embolization occurred. Conclusions. It is necessary to consider the diagnosis of carotid­cavernous fistulas in patients complaining of acute alterations of ocular motility, headache and/or other ocular symptoms, especially when there is a clinical history of head injury. There should be minimal delay between diagnosis and treatment since there is a high risk of hemorrhage and irreversible sequelae caused by alteration of the venous drainage when they are long­standing. The treatment of choice for direct fistulas is by detachable balloon, which has been shown to be superior to other techniques.

Introdução. As fístulas carotídeo-cavernosas são comunicações anómalas espontâneas ou adquiridas entre o seio cavernoso e a artéria carótida interna e/ou a artéria carótida externa. Distinguem-se dois tipos fundamentais em função da etiologia, clínica e tratamento: as directas provocadas geralmente por traumatismos, e as indirectas, de etiologia múltipla.

Caso clínico Apresentamos uma série de sete fístulas carotídeo-cavernosas directas, quatro pós-traumáticas e três espontâneas, cuja sintomatologia inicial foi predominantemente envolvimento ocular e oftalmoparesia. Todas foram tratadas no nosso centro, por embolização com balão desprendível na variante venosa da fístula em seis casos e por oclusão carotídea noutro caso. Verificou-se apenas uma complicação grave por embolização distal. Conclusões. É necessário considerar o diagnóstico de fístulas carotídeo-cavernosas em doentes que apresentam de início alterações agudas da mobilidade ocular, cefaleia, e/ou outra sintomatologia ocular, especialmente se contam com antecedentes de traumatismos crânio-encefálicos. O atraso entre o diagnóstico e o tratamento deve ser mínimo, devido ao alto risco de hemorragia e sequelas irreversíveis causadas pela alteração da drenagem venosa quando se mantém por muito tempo. Ao demonstrar-se a sua superioridade face a outra técnicas, a terapia endovascular por balão desprendível é de eleição nas fístulas directas.