Introdução. A hipótese de Geschwind e Galaburda porpõe o aparecimento de ‘superioridade‘ cognitiva específica como consequência de perturbação do desenvolvimento neuronal. Neste artigo revemos a coexistência de ‘superioridade’ e ‘inferioridade’. Doentes e métodos. O estudo foi realizado em seis indivíduos, com idades compreendidas entre os 6 e os 8 anos, do Instituto de Belas Artes António Maria Valencia, em Cali (Colômbia), com nível de escolaridade entre o segundo e o terceiro grau de educação primária e nível socio-económico médio/baixo. Os indivíduos foram caracterizados como tendo capacidades musicais superiores por peritos na matéria, como forma de concretizar o conceito de ‘superioridade’. O conceito ‘inferioridade’ foi concretizado por execução de provas neuropsicológicas = 1,5 DE abaixo da normalidade para a mesma idade. Avaliou-se o risco neurológico perinatal de cada indivíduo. Posteriormente, os indivíduos foram avaliados no que diz respeito à inteligência em geral e capacidades cognitivas específicas. No primeiro caso, utilizou-se o WISC-R e o MSCA. Os perfis neuropsicológicos foram obtidos por uma avaliação ampla, que incluiu; prova de fluidez verbal, prova de fichas, prova de vocabulário de Boston, escala de memória de Wechsler, prova de memória verbal sequencial, prova de imagens sobrepostas, bateria Piaget-Head, figura complexa de Rey-Osterrieth e a prova de classificação de fichas de Wisconsin. Resultados e conclusões. Os resultados apontaram para um défice ligeiro a moderado das capacidades prático-constitucionais e ligeiro para as capacidades mnésicas e de conceitualização. Em geral, os resultados apoiam a hipótese sugerida. Os mecanismos da superioridade propostos na hipótese clássica implicam, principalmente, o hemisfério contra-lateral. Neste estudo prevaleceu o mecanismo ipsilateral.
Palabras claveCapacidade musical superiorRisco neurológico perinatalSuperioridade e ‘inferioridade’ cognitivaTeoria das inteligências múltiplas
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