Introdução. A esclerose múltipla (EM) pode cursar com uma grande variedade de sintomas psiquiátricos, no entanto, a psicose associada a esta doença é pouco frequente. Apresentamos os casos de dois doentes com diagnóstico de EM clinicamente definida que desenvolveram surtos psicóticos agudos.
Casos clínicos Caso 1. Homem de 45 anos com diagnóstico de EM em 1996. Após dois anos, deu entrada na Unidade de Psiquiatria por apresentar psicose aguda. A ressonância magnética craniana (RM) e a tomografia computorizada por emissão de fotão simples (SPECT) mostraram lesões temporais esquerdas. O doente foi tratado com neurolépticos e metilprednisolona, apresentando melhoria parcial. Caso 2. Homem de 41 anos com diagnóstico de EM em 1988. No ano de diagnóstico deu entrada na Unidade de Psiquiatria por sofrer de delírio celotípico agudo; este doente necessitou de doses elevadas de neurolépticos. Posteriormente, teve dois surtos, seguidos em 1998 por agudização da psicose, tendo sido novamente admitido na Unidade de Psiquiatria. Conclusões. A psicose não é um sintoma proeminente da EM, embora possa surgir em 5% dos casos. A localização da desmielinização responsável pela psicose não está totalmente esclarecida; foi implicado sobre tudo, o lóbulo temporal e no primeiro caso a RMN/SPECT mostrou lesões a esse nível. A possibilidade de os esteróides exacerbarem a psicose limita a sua utilização, mas ao suspeitar-se que este quadro esteja relacionado com a desmielinização aguda, acredita-se que teoricamente os sintomas melhoram com a administração de esteróides.
Palabras claveCorticosteróidesEsclerose múltiplaPsicose agudaPsicose esteroideiaCategoriasEsclerosis múltipleNeurología del Lenguaje y la ComunicaciónNeuropsiquiatría
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