Revisión

Considerações nosológicas da alteração de personalidade pós-traumática

C. Pelegrín-Valero, R. Gómez-Hernández, J.M. Muñoz-Céspedes, S. Fernández-Guinea, J. Tirapu-Ustárroz [REV NEUROL 2001;32:681-687] PMID: 11391499 DOI: https://doi.org/10.33588/rn.3207.2000180 OPEN ACCESS
Volumen 32 | Número 07 | Nº de lecturas del artículo 6.921 | Nº de descargas del PDF 1.102 | Fecha de publicación del artículo 16/04/2001
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RESUMEN Artículo en español English version
Introdução. As alterações de personalidade pós-traumáticas representam uma das sequelas neuropsiquiátricas pós-traumáticas mais frequentes e persistentes, com importantes repercussões familiares e de reintegração sócio-laboral dos doentes afectados. Objectivos. Estudámos a prevalência e as características clínicas das alterações de personalidade nos traumatismos crâneo-encefálicos de grave intensidade. Doentes e métodos. A amostra de estudo foram os doentes que deram entrada de forma consecutiva na Unidade de Cuidados Intensivos dos Hospitais Miguel Servet e Universitário de Saragoça. Os doentes cumpriam os critérios de inclusão: possuir entre 15 a 65 anos de idade e ter sofrido um traumatismo crâneo-encefálico de grave intensidade; e não cumpriam os critérios de exclusão: antecedentes de doenças neuropsiquiátricas. Utilizámos os seguintes instrumentos: a escala revista de Iowa para a avaliação dos sintomas frontais pós-traumáticos, uma entrevista psiquiátrica semi-estruturada, a avaliação da escala pré-mórbida e a escala de agressividade de Yudofsky.

Resultados 60% dos doentes cumpriam critérios de alterações de personalidade segundo o DSM-IV. Em dois terços destes casos, documentámos uma alteração de personalidade de tipo misto. No que diz respeito às alterações objectivadas destaca-se um predomínio dos subtipos apático, lábil, desinibido (personalidade frontal) e a quase total ausência de alterações de ‘personalidade temporal’ da CIE-10. Assim, destaca-se a presença, em nove doentes, de sintomas ‘inespecíficos’ (euforia e simpatia superficial e injustificada), para além de um escasso discernimento dos défices e outros sintomas de disfunção executiva. Conclusões. 60% dos doentes foram diagnosticados com alterações da personalidade e num terço dos mesmos foi possível traçar uma relação com alterações pré-mórbidas, questionando a exclusão do critério ‘exacerbação da personalidade pré-mórbida’ no DSM-IV com respeito aos critérios do DSM-III R; os sintomas frontais predominaram de forma absoluta. Apenas um terço das alterações de personalidade pós-traumática podem classificar-se com os critérios dos diversos subtipos especificados pelo DSM-IV e a CIE-10. A frequente presença nestes doentes de sintomas relacionados com o conhecimento dos seus défices e com uma disfunção executiva sugere a necessidade de aprofundar a nosologia da alteração de personalidade pós-traumática.
Palabras claveAlterações de personalidadePrevalênciaSequelas neuropsiquiátricas pós-traumáticasTraumatismo crâneo-encefálico CategoriasNeuropsiquiatríaTraumatismos
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