Introdução. O departamento de Antioquia foi o primeiro produtor de ouro na Colômbia; nas suas zonas auríferas a população está exposta a altos níveis de mercúrio, utilizado nos processos de extracção e purificação. Estudos realizados na Colômbia em matéria de neurotoxicidade destacam o perigo do mercúrio do ponto de vista ambiental e na saúde ocupacional, no entanto não foram estudados os efeitos da exposição crónica sobre as funções cognitivas. Objectivo. Determinar se os mineiros da região de El Bagre (Antióquia, Colômbia) apresentam alterações neuropsicológicas e/ou comportamentais como consequência da exposição ocupacional a vapores tóxicos de mercúrio. Material e métodos. A amostra é composta por 22 homens, residentes em El Bagre, com idades compreendidas entre 20 e 45 anos, dextros e com um tempo mínio de exposição ao mercúrio de três anos. O grupo de controlo é formado por 22 homens não expostos, residentes numa região não mineira do departamento e agrupados por idade e escolaridade. Nos indivíduos de ambos os grupos realizaramse avaliações neuropsicológicas, exame médico e foram aplicadas escalas comportamentais.
Resultados No grupo de casos acharamse alterações que podem agruparse da seguinte forma: dano intelectual (alteração na função executiva e nas praxes construccionais, principalmente); alteração emocional (sintomas de depressão e ansiedade) e alterações neurológicas (amnésia, insónias, tremor lingual). No grupo de controlo, pelo contrário, não se achou qualquer alteração. Conclusão. A exposição ao mercúrio gera alterações neuropsicológicas e comportamentais específicas em ausência de dano físico e fisiológico detectável clinicamente.
Palabras claveAlterações comportamentaisExploração auríferaExposição ocupacional ao mercúrioMercúrioPerturbações cognitivasTestes neuropsicológicosToxicidade do mercúrioCategoriasNeuropsicología
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