Introdução. A hemorragia intraventricular cerebral espontânea (HIVCE) está associada a hidrocefalia que necessita, para o seu tratamento, de uma drenagem ventricular. A manutenção de um débito adequado através da drenagem contribui para a redução da morbilidade e mortalidade. Quando a drenagem se obstrui, recorre-se à lavagem intermitente que origina aumentos da pressão intra-craniana e aumenta o risco de infecção. Propõe-se a utilização do activador do plasminógeno tecidual recombinante (r-tPA) intraventricular no tratamento da HIVCE e da hidrocefalia associada.
Casos clínicos Administraram-se a dois doentes com HIVCE 4 cc/dia de r-tPA intraventricular na concentração de 1 mg/ml durante 4 dias consecutivos. Realizaram-se tomografias computorizadas (TC) seriadas diárias. Em ambos os casos a resolução da HIVCE foi completa, sem ocorrência de complicações relacionadas. As drenagens ventriculares mantiveram um débito constante, sem se obstruírem, pelo que não foi necessária a sua revisão. Os doentes não necessitaram posteriormente de derivação ventricular permanente. Um dos doentes faleceu por quadro séptico não relacionado, enquanto que outro apresenta, após um ano, marcha independente com disfasia motora e a sua TC não mostra sangue intraventricular nem hidrocefalia. Conclusões. A administração intraventricular de r-tPA é uma ferramenta terapêutica válida em casos seleccionados, contribuindo para a lise do coágulo intraventricular, permitindo a permeabilidade da drenagem, podendo reduzir a incidência de hidrocefalia crónica dependente de derivação ventricular permanente.
Palabras claveActivador do plasminógeno tecidual recombinanteFibrinoliseLíquido cefalorraquidianoUroquinaseCategoriasPatología vascular
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