Introdução. A febre surge em aproximadamente um quarto dos doentes com AVC. Embora na maioria dos pacientes seja infecciosa, a sua origem é difícil de se demonstrar numa minoria de casos. O mecanismo da febre no AVC não está esclarecido, e foi sugerido que a própria lesão isquémica , seja por lesão hipotalámica ou por segregação de pirogénios endógenos, seja a causa da hipertermia. Objectivos. Avaliar a frequência da febre de origem não infecciosa durante um AVC e analisar se esta febre possui um padrão ou características especiais que a diferenciam da febre infecciosa. Doentes e métodos. Foram avaliados prospectivamente 103 doentes com AVC. : se apresentavam febre, realizava-se o protocolo, na busca de uma causa infecciosa. Dividiram-se os casos em “febre de origem infecciosa” e “febre sem infecção documentada”, e analisaram-se as características do AVC em cada grupo e o comportamento da febre.
Resultados 23% dos doentes apresentaram febre, 33% foram sem infecção documentada. Este último grupo apresentou, em comparação com o grupo infeccioso, maior precocidade da febre, maior envolvimento clínico inicial, maior mortalidade precoce, maiores temperaturas máximas e ausência de resposta ao tratamento antipirético. Os restantes parâmetros estudados não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Conclusões. Os doentes com febre de origem não infecciosa possuem um padrão claro e definido, diferente da febre de origem infecciosa. Nestes casos, propomos um mecanismo central para a febre.
Palabras claveAVCEtiologiaFebreInfecçãoPrognósticoCategoriasInfeccionesPatología vascular
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