Introdução. O cerebelo é uma estrutura nervosa, de organização quase cristalina, presente em todos os vertebrados. O seu crescimento em tamanho, desde os peixes aos mamíferos e particularmente nos primatas, ocorre com a repetição do esquema celular e conectividade original. Desenvolvimento. O cerebelo organiza-se em fólios que se colocam um atrás do outro no eixo rostrocaudal e transversalmente sobre o tronco principal. O córtex do cerebelo consta de cinco tipos neuronais (células de Purkinje, estreladas, em cesto, de Golgi e granulosas), todos de carácter inibitório excepto as célula granulosas. As vias aferentes do córtex cerebeloso chegam em forma de fibras musgosas e trepadoras e apresentam informação de origem somatosensorial, vestibular, acústica e visual, assim como dos planos motores do córtex cerebral e de outros centros motores do tronco principal e espinhais. A única via de saída do córtex cerebral são os axões das células de Purkinje que projectam sobre os núcleos profundos do cerebelo. Estes, por sua vez, projectam sobre distintos centros motores do tronco principal e, através do tálamo, sobre diversas zonas do córtex cerebral. Sob o ponto de vista funcional, o cerebelo organiza-se em pequenos módulos, idênticos em estrutura, que se diferenciam na origem dos seus aferentes e no destino final das suas vias eferentes. O cerebelo desempenha funções de tipo coordenador ou integrador em relação a processos motores e cognitivos. Conclusão. A lesão do cerebelo não produz paralisia motora, perda de percepção sensorial e um défice marcado das funções cognitivas, contudo o seu envolvimento altera o funcionamento dos sistemas e o funcionamento motor e, provavelmente, de determinados processos perceptivos e cognitivos.
Palabras claveAprendizagem motoraCondicionamento clássicoFunções cognitivasInibição a longo prazoSíndromas cerebelosasCategoriasNeurociencia básica
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