Objectivo. O objectivo do presente trabalho é determinar o efeito da sintomatologia depressiva dos doentes na carga percebida pelo cuidador, avaliar a evolução da carga atendendo ao desaparecimento, persistência e emergência dos sintomas depressivos aos doze meses e conhecer os factores que estão associados ao aumento ou diminuição da carga do cuidador aos doze meses. Doentes e métodos. Estudo prospectivo observacional de 12 meses numa amostra de 150 doentes com diagnóstico clínico de provável doença de Alzheimer, segundo os critérios NINDCS-ADDRA. Recolheram-se os dados socio-demográficos do cuidador e utilizaram-se as seguintes escalas: CAMDEX, CAMCOG, NPI, RDRS-2 e Burden Interview (BI) no momento base e aos doze meses.
Resultados A presença de depressão no momento base estava associada a maior carga (pontuação de BI de 22,76 contra 15,79), a maior presença de sintomatologia não cognitiva (pontuação de NPI de 16,23 contra 5,94) e a maior incapacidade funcional (pontuação RDRS-2 de 27,89 contra 25,53). A carga aumentou no grupo de doentes em que persistiu a sintomatologia depressiva e nos que emergiu aos doze meses. Conclusão. Os dados sugerem que os sintomas depressivos aumentam a incapacidade funcional e que estão associados a uma maior presença de sintomas não cognitivos, e que por sua vez a incapacidade funcional e os sintomas não cognitivos aumentam a carga do cuidador.
Palabras claveCarga do cuidadorDepressãoDoença de AlzheimerEpidemiologiaCategoriasDemenciaNeurodegeneraciónNeuropsiquiatría
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