Introdução. A criptococose do sistema nervoso central aumentou vertiginosamente a partir da pandemia da sida; no Instituto de Neurologia e Neurocirurgia da Havana foram recebidos, desde o princípio de 1998, um número de casos superior ao seu registo histórico. Objectivo. Descrever as características clínico-epidemiológicas dos doentes hospitalizados com esta doença neste centro entre 1991 e 2000. Doentes e métodos. Realiza-se um estudo descritivo dos 16 indivíduos adultos internados por esta causa e recolheram-se variáveis relacionadas com aspectos epidemiológicos, clínicos, do tratamento e sua evolução, a partir da revisão das histórias clínicas e um inquérito aplicado por correio postal.
Resultados Encontrámos que a doença não se apresentou em qualquer caso sobre a forma de surto epidémico, em 75% dos doentes encontrou-se alguma relação com pombos, nenhum doente foi positivo ao VIH, e demonstrou-se em 50% outras causas de imunossupressão. O comportamento clínico variou, e predominaram as formas de meningite e meningoencefalite; 37,5% dos doentes apresentou formas ligeiras da doença e 62,5% formas mais graves; a cefaleia foi o sintoma inicial na maioria dos casos. O padrão do LCR mais constante foi de uma hiperproteinorraquia com escassa celularidade. 87,5% dos doentes foram curados com um esquema de tratamento com anfotericina B associado a fluconazol. A morte e a presença de sequelas pós-tratamento observou-se em doentes com formas clínicas graves e diagnóstico tardio.
Palabras claveCriptococoseSistema nervoso central
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