Introdução. A esclerose múltipla (EM) pode provocar alterações da função autonómica cardiovascular. Alguns autores atribuíram estas anomalias detectadas em doentes com EM a lesões do tronco cerebral, devido à localização de núcleos autonómicos importantes nessa região encefálica. Contudo, outros estudos não mostraram esta relação. Objectivo. O propósito deste estudo foi analisar se essas alterações poder-se-iam relacionar exclusivamente com as lesões do tronco cerebral que costumam aparecer nesta doença. Doentes e métodos. Comparamos a análise espectral de variabilidade da frequência cardíaca (AEVFC) no domínio da frequência entre um grupo de 34 doentes com EM e outro grupo de 14 doentes com lesões isoladas do tronco cerebral (LIT) de origem não inflamatória, medidas através de um holter de 24 horas.
Resultados A frequência cardíaca: a frequências muito baixas, frequências baixas e o quociente baixas frequências/altas frequências são significativamente maiores no grupo de EM do que no grupo de LIT, inclusive quando aqueles apresentam lesões do tronco cerebral. Os resultados da componente de altas frequências, contudo, dependem da presença de lesões do tronco cerebral no grupo da EM. Conclusão. Estes achados sugerem que a disfunção cardiovascular autonómica na EM só está relacionada com as lesões do tronco cerebral, embora obtenhamos resultados que confirmam a importância desta área na inervação cardiovascular.
Palabras claveAltas frequênciasAnálise da variabilidadeBaixas frequênciaEsclerose múltiplaFrequência cardíacaLesões do tronco cerebralCategoriasEsclerosis múltiplePatología vascular
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