Doentes e métodos. Com o objectivo de descrever o perfil clínico epidemiológico de um grupo de doentes com enjoo ou vertigens, analisámos os registos de indivíduos que foram assistidos pela referida sintomatologia no sector vestibular. Avaliámos sistematicamente 1.300 doentes, de acordo com o nosso protocolo de exame neuro-otológico. Os diagnósticos foram ordenados de acordo com a classificação internacional comunicada por Drachman e posteriormente modificada por Bahlo, em quatro categorias: 1. vertigens, 2. instabilidade, 3. pré-síncope e 4. miscelâneas. Cada uma destas classes foi organizada por topografia lesional e estas, por sua vez, foram agrupadas por etiologias (viral, vascular, tumoral, desmielinizante, pós-traumática, idiopática, auto-imune, etc.). A informação foi armazenada e analisada numa base de dados computorizada Epi-info 6.02 (OMS 1994), especialmente adaptada pelos investigadores para esse fim.
Resultados 63,1% foram mulheres. Idade média 55,5 anos (DP: 17,5; intervalo: 4-93). Em 68,9% diagnosticou-se vertigens, em 12,4% instabilidade, em 1,8% síncope e em 16,9% miscelâneas (destas, 64,1% tiveram perturbações do integrador central e 16,4% de origem psicogénica). Dos 1.300 doentes, 896 apresentaram vertigens, a de tipo posicional foi observada em 54%, sustido em 6,5%, recorrente em 27,7% e otolítico em 11,8%. Conclusões. Destacamos a relevância do trabalho epidemiológico baseado na avaliação clínica e no exame neuro-otológico exaustivo no nosso meio. Estes achados foram semelhantes aos comunicados na literatura internacional em séries mais seleccionadas.
Palabras claveEnjooEstatísticaPerturbação do equilíbrioVertigensCategoriasMareos, vértigos y acufenos
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