Factores predictivos das complicações neurológicas no pós-transplante hepático imediato: experiência no Centro de Investigações Médico-Cirúrgico de Cuba
O transplante hepático (TH) é hoje em dia um procedimento de eleição num grupo de doenças hepáticas em estádio terminal, agudas e crónicas. Contudo, não é uma técnica isenta de complicações; as neurológicas constituem entre 8 e 47%. Objectivos. Apresentar as complicações neurológicas (CN) imediatas encontradas nos nossos doentes, assim como determinar os factores predictivos e a sua relação com a mortalidade. Doentes e métodos. Dos dados clínicos dos 26 doentes submetidos a TH no Centro de Investigações Médico Cirúrgico de Cuba (CIMEQ) (Julho 1999-Dezembro 2001), recolheu-se um grupo de variáveis relacionadas com o dador, o acto cirúrgico, e o pós-operatório, e relacionaram-se com a presença de CN durante a sua permanência na UCI.
Resultados Encontramos CN em 16 doentes (61,5%); as mais frequentes foram a encefalopatia (30,8%), os tremores (26,9%), e as convulsões (19,2%). Não se encontrou uma relação entre a presença de CN, e encefalopatia hepática prévia, uso de dador sub-óptimo, nem se verificou um aumento significativo na mortalidade. Existiu uma relação significativa com o TH a receptores de grau C da classificação de Child-Plugh, e a presença de hipotensão intra-operatória (p=0,041). Conclusões. As CN representaram uma morbilidade significativa no pós-transplante hepático, na nossa série, sem repercussão significativa na mortalidade. A sua presença relaciona-se com variáveis do receptor, do acto operatório e do pós-operatório imediato.
Palabras claveComplicações neurológicasConvulsãoEncefalopatiaTransplante hepáticoCategoriasTrastornos del movimiento
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