Introdução. A hemicrania é uma patologia de alta prevalência na população em geral. Na sua profilaxia tem-se utilizado a flunarizina por mais de duas décadas. Objectivo. Determinar a eficácia e a segurança da flunarizina comparada com o placebo na profilaxia da hemicrania em adultos e avaliar a melhor evidência encontrada numa revisão sistemática da literatura. Materiais e métodos. Realizaram-se buscas electrónicas exaustivas na MEDLINE, EMBASE e o CCTR de Cochrane, entre outros, para além de buscas manuais para a identificação de ensaios clínicos aleatorizados, duplamente ocultos, que comparam a flunarizina com o placebo para a profilaxia da hemicrania em adultos. A principal medida de desenlace foi a frequência das crises; calculou-se a diferença das médias antes e durante a intervenção em cada braço de tratamento, e entre os dois grupos. Para avaliar a segurança teve-se em conta estudos incluídos, excluídos e abertos.
Resultados A busca permitiu seleccionar nove artigos, mas apenas quatro estudos cumpriram os critérios de elegibilidade. O modelo de efeitos fixos mostrou uma maior redução na frequência da hemicrania no grupo da flunarizina em relação ao grupo do placebo, com uma diferença mensal do número de crises de 0,55 (IC 95%= 0,215-0,895; p= 0,002). O evento secundário mais frequente para a totalidade dos indivíduos (n= 1.987) foi a sonolência em 20,5%. Conclusões. Encontrou-se que a flunarizina, na dose de 10 mg por dia, tem um ligeiro efeito na diminuição da frequência das crises de hemicrania.
CategoriasCefalea y MigrañaDolor
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