Original

Tratamento da cefaleia crónica tipo tensão com mirtazapina e amitriptilina

A. Martín-Araguz, C. Bustamante-Martínez, J.M. de Pedro-Pijoán [REV NEUROL 2003;37:101-105] PMID: 12938066 DOI: https://doi.org/10.33588/rn.3702.2002498 OPEN ACCESS
Volumen 37 | Número 02 | Nº de lecturas del artículo 62.250 | Nº de descargas del PDF 1.315 | Fecha de publicación del artículo 16/07/2003
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RESUMEN Artículo en español English version
Introdução. Os mecanismos pelos quais se produz a cefaleia tipo tensão (CTT) são em parte desconhecidos; falou-se em factores genéticos, vasculares e bioquímicos, inclusive a predisposição de certos indivíduos para este tipo de dor. Contudo, a relação entre neurotransmissores como a noradrenalina (NAd) e a serotonina (5-HT) e a CTT crónica (CTTC) parecem esclarecer-se, pelo que os antidepressivos que actuam sobre estes são habitualmente utilizados no tratamento farmacológico da CTTC. No presente trabalho estudou-se qualitativa e quantitativamente a eficácia comparada da amitriptilina versus a mirtazapina, dois antidepressivos que actuam sobre NAd e 5-HT, na profilaxia da CTTC. Doentes e métodos. Administrou-se de forma aleatória a 50% um dos dois fármacos, durante seis meses, a uma amostra de 60 doentes com critérios de CTTC, divididos em dois grupos: ao grupo I administrou-se 25 mg de amitriptilina e ao grupo II 30 mg de mirtazapina como toma única diária nocturna por via oral. Posteriormente, avaliaram-se comparativamente os dois grupos, antes e depois do tratamento, tendo em conta as melhorias objectivas e subjectivas dos doentes, os critérios de depressão segundo o coeficiente de Hamilton-17, a redução da toma de analgésicos e os efeitos secundários produzidos por ambos os fármacos.

Resultados Ambos os grupos de doentes apresentaram critérios de depressão, que melhoraram após a administração dos fármacos, sem diferenças objectivas entre ambos os tratamentos, embora a sensação de melhoria subjectiva tenha sido maior com a mirtazapina. Em ambos os grupos observou-se uma redução significativa no consumo habitual de analgésicos após a profilaxia. Os efeitos secundários com ambos os antidepressivos foram relativamente frequentes mas bem tolerados, predominando globalmente a xerostomia e a sonolência. Foram significativamente menores no grupo de doentes tratados com mirtazapina do que no grupo dos doentes tratados com amitriptilina. Conclusões. Em primeiro lugar, que há uma coexistência clara entre a depressão e o CTTC e que se associa um certo componente disfórico no aparecimento da cefaleia crónica. Em segundo lugar, que a mirtazapina demonstrou ser um tratamento eficaz para a CTTC como a amitriptilina, mas com significativamente menos efeitos secundários, provavelmente pela sua acção mais selectiva sobre os receptores cerebrais; por isso, é um fármaco a ter em conta na profilaxia da CCT de tipo crónico.
Palabras claveCefaleia crónica tipo tensãoProfilaxia CategoriasCefalea y MigrañaDolor
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